quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cartel dos Combustíveis ‘Operação Vulcano’ gera 8 prisões e 20 mandados de busca


Empresários e dois vereadores são investigados por uma suposta formação de quadrilha em Mossoró

A partir de decisão interlocutória do juiz titular da 3ª Vara Criminal de Mossoró, Cláudio Mendes, Ministério Público e Polícia Federal desencadearam hoje a “Operação Vulcano” em Mossoró. Começou por volta das 5h.
Ministério Público e Polícia Federal combatem indícios de formação de quadrilha e crime contra a ordem econômica, no segmento de venda de combustíveis automotivos. Passaram a cumprir 9 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão. Os implicados estariam envolvidos na prática de cartel e outros delitos.
Em entrevista coletiva ao final da manhã de hoje na sede da Polícia Federal, em Mossoró, representantes dessa autarquia e promotores evitaram detalhar a operação ou mesmo revelar os nomes dos presos – em prisão temporária de cinco dias. Eles são “investigados” e serão submetidos a interrogatório.
Desde a denominada “Operação Satiaghara” que a PF passou a adotar restrições à informação à imprensa e opinião pública.
O delegado da Polícia Federal, Eduardo Bonfim; o superintendente interino da mesma autarquia no estado, Marinaldo Rocha, além dos promotores de Justiça José Augusto Perez e Flávio Corte, participaram de entrevista coletiva. Ficou claro, que as investigações passam a ter outra dimensão com o que foi realizado hoje.
Outros políticos e outros empresários podem ser alcançados mais adiante.
O trabalho da Polícia Federal e Ministério Público contra o suposto cartel não é novo. Mas ganhou musculatura maior a partir de abaixo-assinado com 104 endossantes, apresentado o ano passado por um grupo de cidadãos. A PF, com laudos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e outras informações técnicas, passou a apurar o caso.
Ocorreram escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, fotografias e filmagens foram feitas no acompanhamento de reuniões fechadas entre empresários e políticos da Câmara Municipal e Prefeitura Muncipal.
Sete empresários e um vereador estão presos na carceragem da Polícia Federal. Cerca de 90 policiais trabalharam nessa operação. Cumpriram mandados na Câmara Municipal de Mossoró, alguns postos de combustíveis e residências de empresários e políticos, na coleta de documentos e prisões.
Presos na Operação Vulcano:
Otávio Augusto Ferreira da Silva (empresário);
Claudionor Antônio dos Santos (vereador);
Pedro Edilson Leite Júnior (empresário e ex-vereador);
Robson Paulo Cavalcante (empresário);
Pedro de Oliveira Monteiro Filho (empresário);
Sérgio Leite de Souza (empresário);
Carlos Otávio Bessa e Melo (empresário);
José Mendes da Silva (empresário);
Foram emitidos mandados de prisão e busca e apreensão contra o vereador-presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Francisco José Júnior (PSD). Seu gabinete na sede desse poder e residência tiveram documentos apreendidos, mas informação extra-oficial é de que ele e sua mulher estão em viagem ao México.
A PF levantou documentos e outras informações no tocante à reunião envolvendo empresários do setor de combustíveis, na sede do Palácio da Resistência – dia 24 de abril deste ano. Alguns nomes apareceram em escutas telefônicas e nesse meio investigado, mas a princípio não teriam participação em formação de quadrilha ou cartel.
O afunilamento dessa tarefa ocorreu sobretudo devido celeuma na Câmara Municipal, em torno de projeto que criava maiores restrições para instalação de postos de combustíveis na cidade. O vereador Genivan Vale (PR) apresentou substitutivo que desagradou o empresariado. A articulação da bancada governista derrubou proposição do parlamentar.
O Blog possui cópia da decisão judicial da Operação Vulcano, na íntegra. Depois voltaremos com mais informações.
Veja AQUI reportagem especial deste Blog sobre suposto cartel dos combustíveis.
Nota do Blog – Assistentes técnicos da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça foram autorizados pela Justiça ao acompanhamento de todas as diligências da Polícia Federal e Ministério Público.

Deu em Carlos Santos

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